• Conheça nosso jeito de fazer contabilidade

    Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Vestibulum sit amet maximus nisl. Aliquam eu metus elit. Suspendisse euismod efficitur augue sit amet varius. Nam euismod consectetur dolor et pellentesque. Ut scelerisque auctor nisl ac lacinia. Sed dictum tincidunt nunc, et rhoncus elit

    Entenda como fazemos...

Notícia

Aliados contra a corrupção

Não é surpresa o fato de a sociedade exigir mais transparência nos gastos das finanças públicas e nas ações de governo

Em situações como a que passamos agora, com denúncias de corrupção, perdemos todos: o governo, que fica fragilizado diante das especulações, e nós, cidadãos, ao percebermos que essa apropriação privada dos recursos públicos é um obstáculo para o desenvolvimento de um Brasil justo, ético e decente, que todos nós queremos.

Não é surpresa o fato de a sociedade exigir mais transparência nos gastos das finanças públicas e nas ações de governo. É natural, em uma sociedade informada, que os cidadãos exijam respostas. Faz parte do jogo democrático. Não é papel do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) comentar casos submetidos à justiça, mas é nosso dever lembrar à sociedade o papel que nossos profissionais representam.

E, digo, com propriedade, que este não é dos mais simples. Somos hoje meio milhão de profissionais da contabilidade no Brasil, verdadeiros aliados contra a corrupção. A razão é simples. A ciência por nós estudada é uma ferramenta com vastos recursos de transparência à disposição da gestão pública e privada. Temos uma responsabilidade evidente no combate às fraudes, falsificação e alteração indevida de registros e documentos. Tamanha responsabilidade nos obriga a adotar uma postura de vigilância durante todo o registro do fato contábil, o que nos torna agentes de proteção à sociedade.

Mas, para exercemos efetivamente esse papel, é preciso que busquemos atualização e que estejamos inseridos nos debates sobre o papel fiscalizador que representamos. À frente do CFC pela segunda vez, tenho certeza que o caminho é mesmo o da educação profissional, capacitação contínua e o debate constante dessas e outras questões, não apenas no eixo Rio-São Paulo, mas em todas as regiões do País.

É para isso que estivemos em Belo Horizonte, entre os dias 25 e 27 de março, para discutir de que forma a contabilidade pode ser uma aliada da transparência, da gestão orçamentária e da qualidade no gasto público, além do combate à corrupção. Realizamos, pela quarta vez, oSeminário Internacional de Contabilidade Pública e, pela quinta, o Fórum Nacional de Gestão e Contabilidade Públicas.

Importantes autoridades públicas, como o ministro-chefe da Controladoria-Geral da União, Valdir Moysés Simão, além de representantes da Secretaria do Tesouro Nacional, Tribunais de Contas, universidades e outras entidades, estiveram presentes. Ao todo, cerca de 600 pessoas acompanharam as discussões e debates no tradicional Ouro Minas Palace Hotel.

É preciso lembrar que, quando falamos de contabilidade pública, estamos falando de algo recente e em constante desenvolvimento. O CFC tem discutido o controle do gasto público por meio da implantação de uma nova contabilidade patrimonial. Mas, até pouco tempo, o Brasil não tinha um padrão de contabilidade pública, o que começou a mudar com a implantação, em 2010, de normas aplicadas a esse setor.

Hoje, muitos Estados, como Santa Catarina e Pernambuco, já trazem em seus balanços ativos e passivos que antes não eram reconhecidos. Isso permite, por exemplo, que o gestor conceda maior transparência no trato com o recurso público e que a sociedade tenha um maior controle social.

 Especialmente no momento em que atravessamos, a preocupação e o compromisso com a transparência no desempenho da função pública devem ser ainda mais necessárias. A classe contábil vem se mobilizando no sentido de promover uma formação global, do contador, para que ele seja reconhecido pelo que é: uma peça chave na administração publica.

 O desejo é que, ao exercermos nossa profissão com ética, compromisso e zelo, continuemos a contribuir, por fim, para o desenvolvimento de um país justo, ético e decente para todos os brasileiros.

 *José Martonio Alves Coelho é contador, advogado e atual presidente do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), entidade que representa 500 mil profissionais de contabilidade em todo o Brasil.